O que aconteceu desde 2018?
Olá queridos leitores.
Uau.. 2018 parece já ter sido noutra vida. E, de certa forma, foi mesmo.
Quando escrevi aqui pela última vez, não fazia ideia da volta que a minha vida ainda ia dar. Não fazia ideia de quão fundo ainda podia cair… nem do quanto ia ser capaz de me levantar.
Nestes anos, vivi o melhor e o pior de mim. Fui mãe outra vez, de uma menina, a Matilde. E, por mais que fosse um sonho que eu carregava, a maternidade outra vez, naquela altura, foi dura. Não foi aquele quadro cor-de-rosa que pintam. Foi noites intermináveis, culpa por não conseguir ser tudo para os dois filhos, medo de falhar, medo de mim mesma. Senti-me sozinha tantas vezes… mesmo rodeada de gente.
Mas também vivi amor. O verdadeiro, o que nos agarra quando estamos a afundar. Casei com o homem que é o meu porto de abrigo, o meu cúmplice e, tantas vezes, a minha força quando eu não a encontro. É clichê dizer isto? Talvez. Mas depois de tudo o que vivi, casar com ele foi um dos poucos momentos em que me senti inteira.
E, no meio do caos, entre fraldas e lágrimas, inscrevi-me na faculdade. Porque precisava de ser mais do que as dores e os medos, mais do que as vezes em que me senti a falhar. Precisava de provar a mim mesma que ainda sabia sonhar. Que ainda era capaz de construir alguma coisa para mim.
Porém nem tudo foram conquistas bonitas. Carreguei culpas. Engoli mágoas. Engordei mais do que alguma vez pensei ser possível, não só no corpo, mas também na alma. Perdi-me tantas vezes que cheguei a acreditar que não havia volta a dar.
Só que hoje estou aqui. Mais cansada, mais pesada, mais marcada. Mas também mais verdadeira. Já não quero fingir que está tudo bem quando não está. Já não quero esconder as minhas cicatrizes. Elas contam a história que me trouxe até aqui. E é por isso que regresso a este espaço. Porque ainda há tanto por dizer. Tanto por curar. Tanto por ser. E porque, se eu conseguir contar isto em voz alta, talvez ajude alguém desse lado a sentir-se menos sozinho.
Obrigada por ainda estares aí.
Ainda estou a aprender a ser eu.
Com carinho,
Dina Araújo
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